Será importante a estimulação cognitiva, motora e sensorial em Idosos?



"A atividade mental é tão vital para o bem- estar total do idoso, quanto a atividade física" (Eliopoulos, 2001)

O envelhecimento populacional tem sido um tema profundamente estudado e debatido atualmente, uma vez que, consiste num fenómeno inevitável, irreversível e cada vez mais extensivo, onde a procura da qualidade de vida ganha um maior sentido como forma de atingir a meta da felicidade plena.
Segundo Almeida (2015) "o mundo assiste a um crescimento imparável do número de idosos, e se continuarmos a considerar idosas as pessoas com 65 e mais anos, então estas quase duplicam, passando de 600 milhões para 1,1 mil milhões."

O envelhecimento foi sendo descrito de uma forma pouco holística no que diz respeito ao lado positivo de ser idoso, fazendo-nos muitas vezes pensar apenas que é uma fase de perdas. Contudo, o envelhecimento não pode e não deve ser visto de uma forma redutora, desvalorizada e de solidão sem que sejam equiparados os seus lados positivos, por isso, é importante referir a importância de um envelhecimento bem- sucedido.

"Envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais no indivíduos. Tais alterações são naturais e gradativas. É importante salientar que essas transformações são gerais, podendo verificar-se em idade mais precoce ou avançada e em maior ou menor grau, de acordo com as características genéricas de cada individuo e, principalmente, com o modo de vida de cada um. A alimentação adequada, a prática de exercícios físicos, a exposição moderada ao sol, a estimulação mental, o controlo do stresse, o apoio psicológico, a atitude positiva perante a vida e o envelhecimento são alguns fatores que podem retardar ou minimizar os efeitos da passagem do tempo." (Zimerman, 2000).



A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015) elucidou que o "envelhecimento ativo" seria um processo de otimização de oportunidades para a saúde, participação, segurança, no sentido de aumentar a qualidade de vida dos indivíduos que possuam alguma fragilidade, incapacidade física ou necessitem de cuidados.

A estimulação está presente em todas as etapas da nossa vida como se se tratassem de linhas orientadoras da nossa ação, para que, o que quer que façamos se torne uma aprendizagem permanente.
"Em cada idade somos movidos por diferentes tipos de estímulos. A criança quer aprender a caminhar, falar, escrever. O adolescente quer ser adulto, quer saber quem é e quem vai ser. É estimulado pelo futuro, pela formação, pela busca. O adulto tem como principais estímulos a profissão, o casamento, a formação de uma família, os filhos, a criação de soluções para a vida. E para o idoso, quais os estímulos, já que ele está próximo do fim de vida e, teoricamente, não tem a etapa seguinte para querer lá chegar? Ainda que não tenha um longo futuro pela frente, a motivação, o estímulo do idoso é viver bem e intensamente no presente, ter satisfação com a vida que leva agora e mostrar que pode e deve viver bem, deixando um modelo feliz para os que um dia também serão idosos" (Zimerman, 2000)

Com os avanços científicos e medicinais o ser humano tem se mantido saudável por muito mais tempo, o que perfez com que a longevidade aumentasse, assim como a qualidade de vida. É sabido que , no envelhecimento o corpo entra numa espécie de contagem decrescente, no que diz respeito aos aspetos cognitivos, motores e sensoriais. Muitas famílias e instituições não entendem a importância de estimular as pessoas idosas, deixando-as paradas, inerentes, sem se dedicar a nenhuma atividade que o ocupe e ajude a manter as suas capacidades ativas, negando-lhe a oportunidade de ser útil a si mesmo e aos outros, de aproveitar a vida e de se divertir.





A estimulação torna-se bastante importante pretendendo preservar ou melhorar o desempenho da pessoa idosa perante as suas atividades de vida diária que mantém ou com as que adquire com o passar do tempo. Podemos interpretar que o cérebro organiza-se consoante os estímulos que recebe e percebe do mundo que o rodeia, querendo isto dizer que, sem estes estímulos, o cérebro não saberia como proceder em determinados momentos.

Atualmente torna-se necessário demonstrar às instituições a necessidade inerente de estimular a pessoa idosa, pois nesta última fase da vida as pessoas merecem uma melhor qualidade de vida e bem-estar aproveitando todos os acontecimentos em plenitude.
Incentive esta estimulação.


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