Acidente Vascular Cerebral

Um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ocorre quando o fornecimento de sangue para uma determinada zona do nosso cérebro é interrompida. Esse impedimento pode acontecer de duas formas distintas, através de um coágulo que bloqueia a artéria (AVC isquémico) ou através de um derrame, quando um vaso sanguíneo rebenta, causando uma hemorragia no cérebro (AVC hemorrágico).

O tipo de AVC mais comum é o isquémico, como referido anteriormente ocorre quando um coágulo bloqueia a artéria que leva o sangue para o cérebro e pode ser provocado por:
  • Uma trombose cerebral, quando o coágulo de sangue é formado numa artéria principal em direção ao cérebro;
  • Uma embolia cerebral, quando o bloqueio causado pelo coágulo, bolha de ar glóbulo de gordura (embolismo) é formado num vaso sanguíneo em alguma parte do corpo e é levado na corrente sanguínea para o cérebro;
  • Um bloqueio nos pequenos vasos sanguíneos da parte mais profunda do cérebro.
O AVC hemorrágico ocorre quando um vaso sanguíneo rebenta, causando um derrame (hemorragia) no cérebro e pode ser provocado por:
  • Uma hemorragia intracerebral, quando um vaso sanguíneo rebenta dentro do cérebro;
  • Uma hemorragia subaracnóideo, quando um vaso sanguíneo na superfície do cérebro sangra para a área entre o cérebro e o crânio (espaço subaracnóideo). 

O AVC pode acontecer a qualquer pessoa, em qualquer idade, em qualquer momento. Todos os anos mais de 6,5 milhões de vidas são perdidas em todo o Mundo, em Portugal o acidente vascular cerebral é uma das maiores causas de incapacidade em adultos afetando milhares de pessoas. Responder rapidamente aos sinais de alerta pode fazer a diferença entre a recuperação e a incapacidade. 

Basta o aparecimento de um dos chamados "3F´s":
- Dificuldade em falar;
- Desvio da face (boca ao lado);
- Falta de força num braço.
Caso suspeite de um AVC, não espero pois o tempo é crucial, acione de imediato o 112.

O AVC independentemente das importantes medidas preventivas de saúde pública, quando ocorre pode ser tratável e muitas vidas podem ser melhoradas com mais consciencialização e ação de todos os intervenientes. 

Problemas com o movimento, coordenação e perceção podem tornar o desempenho das atividades diárias muito difícil. Atividades que para nós se tornam como garantidas e fáceis tais como, dar banho, vestir, comer, subir escadas entre outras para uma pessoa que sofreu um avc tornam-se bastante complexas. A maioria das pessoas vai necessitar de reabilitação, pelo que tanto o paciente como a sua família devem estar envolvidos nessa recuperação.

Os profissionais de Terapia Ocupacional podem contribuir para que o processo de reabilitação seja mais produtivo e eficaz em função das necessidades do paciente. Quando a terapia ocupacional faz parte do processo de reabilitação, os seus métodos e técnicas poderão facilitar todo o processo de recuperação, permitindo ao paciente e respetivo cuidador voltar a viver a vida em plenitude.
A terapia ocupacional aborda o paciente de forma holística, tendo em conta as suas necessidades, desejos, atividades, ambiente e as limitações decorrentes do episódio do AVC.

O Terapeuta poderá recomendar equipamento especializado para o ambiente domiciliar que ajudará o paciente a realizar tarefas simples, avaliar os perigos que poderá encontrar em casa, melhorar a resistência e força física, ajudar a compensar a visão e memória perdidas e ainda promover atividades que permitam a reconstrução da auto- confiança. O objetivo da terapia ocupacional, enquanto parte do processo de reabilitação, passa por permitir que a pessoa retome as suas atividades anteriormente realizadas com o melhor nível de desempenho possível.

Uma breve pesquisa realizada juntos dos pacientes que usufruíram das intervenções no âmbito da terapia ocupacional revelou que as pessoas que beneficiaram da T.O. são muito mais propensos a tornar-se independentes nas suas atividades quotidianas, contribuiu ainda para a diminuição da sobrecarga física e emocional do cuidador, diminuição das taxas de institucionalização e aumento da qualidade e vida dos familiares diretos.
Quando todo o processo de recuperação chega ao fim os pacientes vão necessitar posteriormente de aprender sobre os serviços de reintegração na comunidade.
Os profissionais de terapia ocupacional podem identificar esses serviços/recursos, incorporar tarefas relacionadas com o trabalho, conduzindo também sessões educativas para que as famílias possam aprender técnicas e conhecer programas que as ajudem a melhorar.

A recuperação de sequelas pós-avc não poderá reverter os danos cerebrais, mas certamente poderá ajudar o cérebro a aprender novas formas, para que as pessoas possam alcançar os melhores resultados possíveis no longo prazo. Todas as pesquisas mais recentes têm demonstrado claramente que a T.O. deve ser parte integrante do processo de reabilitação, na medida em que melhorará de forma eficaz o desempenho ocupacional do paciente, permitindo que este viva a sua vida com qualidade e autonomia.


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