Dicas de adaptação para divisões da casa de Pessoas com Demência

Quando temos conhecimento de algum familiar possuir um diagnóstico de demência, a nossa mente transporta-nos imediatamente para pensamentos poucos positivos, sentindo um misto de emoções e pensamos logo o pior para o futuro. Contudo, quando estamos dispostos a promover a autonomia da pessoa com demência, o desempenho e a participação nas ocupações diárias aumenta significativamente.
Existem inúmeras adaptações que podemos e devemos realizar para promover essa autonomia, nomeadamente em ambiente domiciliário. São diversos os elementos nas diferentes divisões da casa a serem adaptados, como por exemplos, o quarto, a sala de estar, a casa de banho, a cozinhar entre outros.
Aqui ficam algumas recomendações de adaptações, fáceis de implementar e acessíveis, que podem fazer toda a diferença.


Espaços/divisões:
Todas as divisões da casa devem ser o mais amplas e seguras possíveis, retirando todos os objetos que podem colocar em risco a segurança e saúde da pessoa. Tapetes que não sejam antiderrapantes, acumulações de caixas ou objetos decorativos que impeçam um percurso eficaz, devem ser os primeiros a serem retirados. Simultaneamente, devemos ter em conta que embora esta medida possa possibilitar uma marcha mais eficaz, a pessoa com demência numa fase inicial, deverá ter ainda uma voz ativa sobre o assunto, pois existe a possibilidade de remover algum objeto que seja bastante significativo. Deverá haver sempre um grande diálogo e negociação. É importante ainda referir que todas as portas das divisões da casa devem estar sempre destrancadas. 



Fotografias:
Promova e mantenha a familiaridade, colocando fotografias de familiares em locais onde a pessoa permanece grande parte do seu tempo ou realiza as suas atividades. Através das fotografias pode ir estimulando a pessoa sobre os familiares, ambientes onde as fotografia foram tiradas ou até mesmo que sentimentos lhe transmite. 



Reflexos: 
Com o avançar da doença, as pessoas tendencialmente deixam de reconhecer a sua imagem, seja através de espelhos, televisões apagadas ou molduras espelhadas o que por muitas vezes disputam crises de frustração ou revolta.
Assim, deve evitar todos os objetos que podem confundir ou assustar utilizando apenas o espelho na casa de banho, as televisões colocadas ou em suportes de paredes o mais elevada possível para não criar reflexo ou dentro de um armário opaco que possa ser fechado após a sua utilização. As molduras preferencialmente devem ser de madeira ou plástico.


No quarto:
A cama deverá ser localizada num ponto estratégico com bastante luz nos períodos diurnos, prevenindo eventuais quedas. Deverá utilizar cores diferentes e contrastes entre os lençóis, almofada, e edredom. É conveniente que a mesa de cabeceira deva conter poucos objetos, mas significativos. Sempre que possível utilize as cortinas para eliminar a luz proveniente do exterior no período noturno para promover uma boa noite de sono e reduzir a possibilidades da pessoa ver sombras e criar ilusões. 



Na casa de banho:
Readapte a sua casa de banho de modo a que se torne um espaço acolhedor, seguro e convidativo. É recomendável o uso de cores contrastes para a tampa da sanita e as barras de apoio pois são elementos que deve ser de fácil identificação. Se tiver banheira, retire a cortina de banho, poderá representar um perigo se for utilizada como apoio, devendo ser substituída por uma cortina de duche fixa que seja de fácil abertura. Considere também colocar uma cadeira de banho para facilitar a atividade. Todos os utensílios necessários para realizar as atividades, tais como, gel de banho, shampoo, sabonete, papel higiénico devem estar sempre visíveis e de fácil acesso para diminuir o risco da pessoa saltar alguma tarefa que constituem as atividades.


Sempre que for possível, deixe que seja a própria pessoa a realizar as diferentes atividades do dia-a-dia. Não a subestime nem a faça sentir incapaz. Desta forma está a promover a autonomia da pessoa e a proporcionar o retardamento da doença.

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